22.4.10

outra paisagem:


ando nevoeiro.

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my eyes turned grey.
and turns, turns, turns every day.
last day I saw an orange shine.
and I see everything so white.

but my heart is grey
and I'm so alive.

como viver um estado de felicidade cinza?



lost in translation 3


Só me permito a colagem quando navego por cima.
quando penso transformá-la,
nem que seja pelo afeto.

esta canção tem a voz de Mark Lanegan:

my heart turns grey when I listen it,
and my eyes turns so shine.

escrever em outra língua é movimento de resistência,
é encontrar poesia no limbo.

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Carry Home

Come down to the willow garden with me
Come go with me
Come go and see

Although I've howled across fields and my eyes turned grey
Are yours still the same
Are you still the same

Carry home
I have returned
Through so many highways
And so many tears
Your letter never survived the heat of my hand
My buring hand
My sweating hand
Your love never survived the heat of my heart
My violent heart
In the dark

Carry home
I have returned
Through so many highways
And so many tears

Come down to the willow garden with me
Come go with me
Come go and see

Although I've howled across fields and my eyes turned grey
Are yours still the same

9.4.10

vontade que desanda

é um jazer no entre.
epitáfio em paisagem desértica e nublada.

caminhar em torno do irrecuperável.
(objeto de fisicalidade cada vez mais fugaz.)

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na falta de horizonte, calar-se.

de uma inabilidade, salto de obstáculos


talvez o único caminho eficiente para se adquirir certas habilidades seja enganar-se.
fingir ser um outro, forjar habilidades que vêm de fora, pois não as possuímos.

fingindo constantemente, talvez um dia me torne de fato outra pessoa.

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uma questão:
se estas habilidades não estão em nós, onde estão?
como controlar certas forças numa espiral: de fora (no mundo) para dentro (em mim)?

perguntar-se como, não é obsessão por uma resposta.
é antes um exercício de busca.

cavar por todo o lado, fazendo uma bagunça absurda.
a terra vira trincheira.
depois vou caminhar tanto que os montes de terra se tornarão planos novamente.

e terei desparecido de vista.

por ter ido embora ou de tanto estar presente na mesma paisagem?
(caminhar é exercício de perder a pressa, é insistência).

podemos passar a vida insistindo por certas coisas.
só o tempo nos apontam as tolices, a desaparecer como memória desgastada.
as outras, ou aguardam o ponto de chegada ou se transformam.
sua força e importância é luz que se enxerga de longe.